10 coisas que as pessoas surdas gostariam que você soubesse

Sabia que as pessoas surdas também curtem música, falam gírias, são influencers e celebridades? Confira essas e muitas outras curiosidades sobre a comunidade surda!

A língua de sinais não é universal

É necessário compreender que a língua de sinais não é universal – LIBRAS é uma abreviação da sigla Língua Brasileira de Sinais. 

Assim como nós brasileiros temos nossa própria língua, diferente daquelas de outros países, a comunidade surda apresenta também diversas línguas de sinais, a depender da região de que estamos falando.

Desta forma, torna-se imprescindível para o exercício da cidadania o aprendizado das diferentes línguas de sinais locais, de modo que a comunidade surda de determinada região consiga se integrar no corpo coletivo. Ademais, as pessoas não surdas também precisam conseguir se comunicar com as pessoas surdas.

Surdez não é uma deficiência

A confusão entre surdez e pessoas com deficiência auditiva é comum em nosso dia a dia. Ouvir músicas muito alto no fone, por exemplo, pode causar algum tipo de deficiência auditiva ao longo do tempo – e isso não significa que essa pessoa será surda.

De acordo com o decreto 5.296/2004, as pessoas surdas são aquelas que apresentam “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz”. 

Além disso, conforme a PLC 23/2016, aqueles que perderam a audição em apenas um dos ouvidos também podem ser considerados pessoas surdas. Não devemos, portanto, confundir esses dois conceitos.

É interessante destacar as muitas habilidades e talentos das pessoas surdas. Podemos encontrar casos dos mais variados, como no cinema e no mundo audiovisual. 

A atriz Katie Leclerc, bem como os atores Nyle DiMarco, dos Estados Unidos, e o brasileiro Harry Adams, são bons exemplos. Ainda no mundo artístico, o célebre pintor espanhol do século XVIII, 

Francisco de Goya ficou totalmente surdo – e isso não o impediu de ser um pintor renomado. Outro exemplo famoso, mas dessa vez no mundo científico, foi o inventor Thomas Edison, que desde a infância sofria com a perda severa de audição, até ficar surdo em sua adolescência. 

Mesmo diante dessas adversidades, tais pessoas que perderam a audição não deixaram de construir em suas vidas um legado de talento e superação.

Acesso à informação e à comunicação é fundamental

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada e defendida pela ONU, “todos têm o direito à liberdade de expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”. 

Mas fica a indagação: se todos temos esse direito, mas a grande maioria das informações é transmitida pela língua escrita e oral – seja pelo rádio, televisão, teatro, cinema, filmes ou redes sociais – onde é que a comunidade surda está sendo atendida neste direito fundamental? 

Basta ligar a TV ou qualquer outro meio de comunicação que facilmente se percebe a carência do acesso ao que está sendo divulgado para a comunidade surda. São raros os casos em que a tradução para a língua de sinais é feita.

Por isso, torna-se extremamente importante o oferecimento de recursos tecnológicos e interpretativos capazes de atender a comunidade surda. 

Alguns exemplos dessas tecnologias vão desde os mais óbvios, como despertadores no modo vibração e aparelhos auditivos, aos mais inovadores, como aplicativos com jornais bilíngues e tradutores simultâneos. Só assim os direitos fundamentais estarão plenamente adquiridos. 

Cultura surda é rica e diversa

Sobre a cultura surda, entende-se por isso, segundo matéria no Portal do IFPB, o “rico, complexo e instigante conjunto de elementos culturais caracterizados pelas formas alternativas de produção e interação dessas pessoas, alimentados e enriquecidos nas comunidades surdas”. 

Esse complexo conjunto de elementos comporta a visualidade, isto é, a ideia de que a visão é a principal forma de contato com o mundo; a língua de sinais como a língua natural – primeira a ser apreendida, antes mesmo que o português; o ambiente familiar, em que são discutidas questões de aceitação e superação das dificuldades; o cinema, o teatro e comunidades surdas que militam pela causa também são integrantes da cultura surda, evidenciando como esta é rica e diversa.

Pessoas surdas não precisam ser “curadas”

A ideia de “curar” os surdos é fruto de séculos de marginalização e inferiorização dessas pessoas. Na Grécia Antiga, por exemplo, a ideia do logos – que podia ser traduzido, entre outras coisas, por discurso ou pela fala – fez com que filósofos como Aristóteles entendessem que o surdo não era capaz de ter consciência e racionalidade. 

Santo Agostinho, na Idade Média, chegou a afirmar que os que nasciam surdos assim o eram para que seus pais pagassem por seus pecados. 

Tendo em vista que a surdez não torna os seres humanos inferiores muito menos incapazes, deve-se tomar como pressuposto que as pessoas surdas não precisam ser curadas, mas sim integradas na coletividade. 

As pessoas surdas se identificam com o termo por compartilharem de situações e vivências comuns que se originam a partir de sua diferença e por isso necessitam ser respeitadas. Muitas foram as tentativas de “curar” os surdos. 

Entretanto, é possível que a pessoa surda se identifique com aquilo que ela é e não entenda que precise de cura, mas sim de empatia, cidadania e inclusão. 

Por isso, uma forma extremamente importante de promover o envolvimento dos surdos no meio social é através da formação e do emprego do intérprete de libras de forma assídua. Assim, os séculos de discriminação e as desigualdades podem começar a ser mitigadas.

Confira as 10 coisas que as pessoas surdas gostariam que você soubesse

1 – Todos os surdos são pessoas com deficiência auditiva mas nem toda pessoa com deficiência auditiva é surda

2 – Eles podem curtir músicas

5 – Existem várias línguas de sinais

6 – Existem surdos influenciadores e celebridades

8 – Existem vários meios de comunicação

9 – Os sentidos são aguçados

10 – O acesso à cultura e entretenimento ainda é escasso

Por Danillo Cássio

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16 respostas para 10 coisas que as pessoas surdas gostariam que você soubesse

  1. RafaX777 disse:

    Achei um bom texto e irei pegar algumas dicas para usar em meu dia a dia

  2. Pingback: 10 coisas que as pessoas surdas gostariam que você soubesse – CURIOSIDADES NA INTERNET

  3. Anônimo disse:

    Ótimo.

  4. Anônimo disse:

    Parabéns!

  5. Anônimo disse:

    Parabéns pelo artigo.

  6. Anônimo disse:

    Muito interessante.

  7. Miriam Costa disse:

    Achei muito válido e importante… inclusão social e mais consciência mesmo entre as pessoas, especialmente até familiares que não se adaptam quando têm um parente surdo.
    Publiquei na Masticadores, revista para qual escrevo também.
    Abc

    Coisas que as pessoas surdas gostariam que você soubesse.

  8. Anônimo disse:

    Great post

  9. Anônimo disse:

    Esclarecedor!

  10. Anônimo disse:

    Adorei!

  11. christinenovalarue disse:

    ❤️

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