sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

DISCÍPULOS E MILAGRES

Marcos, o mais breve dos Evangelhos do NT, inicia sua narrativa já apresentando Jesus adulto e principiando seu projeto de ministério.

Na narrativa, a primeira providência de Jesus foi chamar discípulos.  O texto diz que Jesus estava andando a beira do mar da Galileia quando viu dois irmãos, Simão, que depois o próprio Jesus irá chamá-lo de Pedro e André e os chamou (Mc 1:16).

Aqueles homens estavam em seu trabalho normal quando o Mestre veio ao encontro e os desafiou ao discipulado.  Igualmente a resposta foi imediata em seguir.  O texto diz apenas que eles deixaram suas redes e o seguiram.

Observe que a cena quase se repete com Tiago e João (nos versos 19 e 20 seguintes) e mais adiante com Levi (em Mc 2:13-14).  Em todos os casos, eles estavam ocupados em suas tarefas e Jesus os procurou obtendo resposta. 

É assim que Marcos entende os imperativos do Reino apresentado por Jesus.  Ele, como Filho de Deus, vem ao nosso encontro em nosso cotidiano, nos chama a uma tomada de posição e requer que nos entreguemos por completo.

 A narrativa segue com a apresentação dos primeiros milagres operados por Jesus em seu ministério. 

O Evangelho é o anúncio das Boas-Novas e exige arrependimento de pecados e vida de discipulado; porém ele é também confirmado pelos atos extraordinários que o segue.

Jesus foi a Cafarnaum onde, tudo indica, fixou residência enquanto desenvolvia seu ministério.   E lá conhecemos a primeira sequência de milagres: um homem possesso de espírito imundo foi liberto (Mc 1:21-26).  A sogra de Pedro curada, bem como vários outros doentes (1:29-34).  Um leproso purificado (1:40-44).  Um paralítico voltou para sua casa andando (2:1-12) e um homem teve a mão atrofiada restaurada (3:1-6).

Destaco que embora cada um dos milagres tenha ocorrido de maneira diferente e particular, Marcos quer nos ensinar que Jesus tem autoridade sobre toda e qualquer situação, moléstia ou problema que possa recair sobre os seres humanos.  Ou seja, todos os males físicos ou espirituais podem ser sanados pelo poder divino que há em Jesus Cristo. 

E mais, não é a forma, modelo ou estratégia que opera o milagre, nem são os padrões humanos que nos habilitam para o Reino de Deus, mas unicamente o poder e a autoridade que provém de Jesus.

 Agora, porém, antes de concluir essa reflexão, eu quero citar que me chamou a atenção uma pequena frase em meio a narrativa de Marcos.  Ela parece dar sentido a toda essa brevidade de ocorrências: 

Ainda era noite e Jesus se ausentou para um lugar solitário.  E ali orava.
(Mc 1:35)

 No meio da agitação do ministério ou dos afazeres do dia-a-dia é sempre preciso que se encontre tempo para orar e ter intimidade com Deus se quisermos ver acontecer o Reino com seus milagres.

 


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